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16 - AGORA É COM VOCÊ!

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Pois bem: o sapato a ser usado como pontapé inicial do seu projeto de solado já está em mãos, o prazo já foi combinado com o cliente (para ontem, é claro), e você já sabe de qual matéria-prima será o solado, bora desenhar? Só mais uma coisinha: vou aproveitar a oportunidade para comentar o que penso daquilo que chamam por aí de inspiração, epifania, sacada. Olha, não espere se sentir “inspirado” para realizar seu desenho. O que eu pude perceber ao longo dos anos, é que existe em determinados momentos uma sensação de extremo prazer e felicidade no momento em que estamos desenhando e tudo parece se encaixar, os traços parecem sair sozinhos e sem esforço da lapiseira. Sim, isso existe. Agora, acreditar que essa é a regra, que sempre acontece assim, aí é ilusão. Digamos que você ainda não tem em mãos algum projeto para criar. A sugestão que dou é simples: dentre os calçados que você possui, separe um tempo para decifrar como ele é feito, quais partes compõem seu solado, se recon

15 - EXERCÍCIOS DE TRAÇO

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Nosso curso é de desenho de solados feitos à mão. E explico: eu aqui comunico a minha experiência como designer de solados. E dentre todos estes anos, sempre tive uma experiência recorrente, de que se eu fosse criar o solado direto no computador, sem rascunhar, sem croqui, eu tendia a não gostar do resultado, achava os traços meio duros, presos, não sei. Aí, eu parava tudo, ia para a prancheta e começava a brincar com as linhas e o prazer em descobrir um novo desenho para apresentar ao cliente. Existem exercícios que nos ajudam a soltar os traços, desembaraçar nosso pulso para adquirir traçados mais fluidos, livres. E também aqui temos o caminho da simplicidade, pois os exercícios são simples demais. Você vai pegar uma folha e lápis ou caneta e traçar vários riscos paralelos no sentido do comprimento da folha. Depois vai tentando em outra folha fazer o mesmo exercício, porém agora tentando fazer as linhas o mais próximo umas das outras sem encostar. Depois das linhas retas, faça

14 - LISTA DE MATERIAIS

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Ah, achou que eu tinha me esquecido né? Não, foi proposital deixar a lista de materiais sugeridos neste ponto: quem desistiu antes deste ponto não tem tanto prejuízo assim. Não vai ter comprado algumas coisas que não vai usar de fato. Mas não se engane: desistir implica perda sim: alguns podem ter desistido por achar que este curso não vai funcionar, ou que ele não tem o dom do desenho, ou qualquer outra razão. E como nós avisamos desde o início do curso, quem quiser desistir terá seu dinheiro devolvido integralmente, alguns chegaram até aqui e desistiram. Aí que é a perda: eles esqueceram o que os trouxeram para começar o curso! A vontade de aprender algo novo, de mudar de profissão, de mudar de rotina, etc.  Sim, vai exigir de você aplicação, esforço, dedicação. Mas vai valer a pena! Então, para quem ficou presente, vamos em frente! Eu particularmente não uso muita coisa para desenhar, mas é sempre bom quando aquele item necessário para colocar a ideia que está na cabeç

13 - COMO PROMOVER SEU TRABALHO

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Eu gosto muito de uma frase que diz: trabalhe tanto a ponto de não precisar se apresentar. Pena que na prática, nem todo hardworker será reconhecido. Aí entendo que essa frase deverá servir para quando o reconhecimento ocorrer, você se lembre que trabalhou bastante para chegar ali. Gosto também de uma dica sobre ao invés de trabalhar “muito” você trabalhe de modo “inteligente”, ou seja, use sua inteligência e criatividade para desenvolver processos criativos mais eficientes, os bons atalhos. Importantíssimo: não pratique o marketing da esperança. O que é o marketing da esperança? É aquele onde você faz seu trabalho de modo bem-feito sim, é um bom profissional, mas não toma atitudes estratégicas de posicionamento em busca da visibilidade de seu trabalho. Fui vítima de “mim mesmo” neste quesito. Na minha história como designer, muitas vezes eu trabalhei tanto como empregado como autônomo. Como empregado muitas vezes eu fui muito tímido ao negociar salários e você não p

12 - DICAS DE NEGOCIAÇÃO

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Esta parte do conteúdo é para aquele momento onde você já leu toda a parte teórica, fez os exercícios, divulgou seu trabalho e finalmente chegou aquele momento espetacular onde você foi convocado a uma reunião para o briefing de seu primeiro projeto. Não se espante se ao chegar no local, a secretaria estiver com o sapato-modelo em mãos para te entregar com o recado de que se você tiver alguma dúvida, entre em contato com o Sr. Cliente. Nem deu tempo de você chegar direito e já está indo embora. E agora? Não combinamos preço, prazo, tipo de apresentação, nada! Sem medo de errar, a esmagadora maioria das minhas “reuniões” para buscar projetos a desenhar eram exatamente deste jeito que descrevi. Aí eu voltava para o estúdio super preocupado com tantas perguntas não respondidas, ficava com medo de incomodar o Sr. Cliente e ele mudar de ideia e dar o projeto para outro fazer, e acabava repassando mentalmente as conversas prévias com o cliente antes de finalmente ir lá buscar o mode

11 - E NA PRÁTICA, COMO É?

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Claro, acontece muito de você receber para trabalhar um sapato pronto, que servirá de início para o projeto, não vão lhe dar fôrma, não decidiram ainda se será TR ou Borracha a sola e estão com muita pressa do desenho. Aqui eu descrevi a maior parte das solicitações de criação de solados que fiz na vida kkk. Sério, poucos clientes estavam com o kit todo de desenvolvimento preparado para seguir com o projeto. Mas aí entra a confiança mutua entre o cliente e você: você entra no projeto de criar aquele solado que ainda não tem tantas informações assim para guiar o caminho e o cliente confia em sua percepção, ao mesmo tempo que você confia em seu cliente que não vai iniciar um projeto que seria de um solado para performance “Outdoor” e vai pedindo alterações sem fim para chegar a um chinelo estiloso. Esteja você sendo remunerado pelas alterações de projeto ou não, é sempre desgastante voltar para a prancheta e mudar o desenho por um detalhe que “esqueceram” de mencionar anter

10 - COMEÇAR O PROJETO PELA FÔRMA?

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Então, você recebeu uma fôrma para fazer seu projeto e pode estar meio perdido para começar o processo. Lembro aqui que são raros os casos onde você vai começar direto da forma, salvo algumas possibilidades, entre elas o fato de você estar em posição de participar não apenas do desenho do solado, mas de outros aspectos do calçado novo em geral. Pode ser também, que você esteja trabalhando dentro de uma empresa e tem recebido oportunidades de expandir seus conhecimentos. Isso se deve a que a definição de qual fôrma utilizar no novo projeto é uma das etapas mais iniciais do processo de desenvolvimento de um novo produto em uma indústria calçadista. De modo geral a ordem de ocorrência para um novo solado dentro da indústria é o seguinte: - Escolha da Fôrma: Um novo calçado será inserido em uma linha já existente ou será marco inicial de uma nova linha de produtos. E isso pode ter início em um calçado importado ou da concorrência. Ou até mesmo uma fôrma nova que a indústria de for