Qual o propósito deste Curso? É uma pergunta interessante que pode ser direcionada a mim que o criei e a você que está fazendo. Qual a razão que nos motivou? Bom, as suas razões eu poderei conhecer no decorrer do curso, quando conversarmos, mas as minhas são bem simples. Eu quero contribuir de alguma forma. Aprendi que não há diferença entre "dar" e "receber". Então, eu quis compartilhar meu pouco conhecimento e experiências, pois podem ser de alguma valia a alguém.
Pois bem: o sapato a ser usado como pontapé inicial do seu projeto de solado já está em mãos, o prazo já foi combinado com o cliente (para ontem, é claro), e você já sabe de qual matéria-prima será o solado, bora desenhar? Só mais uma coisinha: vou aproveitar a oportunidade para comentar o que penso daquilo que chamam por aí de inspiração, epifania, sacada. Olha, não espere se sentir “inspirado” para realizar seu desenho. O que eu pude perceber ao longo dos anos, é que existe em determinados momentos uma sensação de extremo prazer e felicidade no momento em que estamos desenhando e tudo parece se encaixar, os traços parecem sair sozinhos e sem esforço da lapiseira. Sim, isso existe. Agora, acreditar que essa é a regra, que sempre acontece assim, aí é ilusão. Digamos que você ainda não tem em mãos algum projeto para criar. A sugestão que dou é simples: dentre os calçados que você possui, separe um tempo para decifrar como ele é feito, quais partes compõem seu solado, se recon...
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MÓDULO - SOLADOS
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Você já parou para pensar em como foi criada a sola de seu tênis favorito? Como foi o processo criativo que culminou no desenho da sola daquele sapato caríssimo na vitrine da loja?
Bom, se você quis fazer este curso para Desenho de Calçados, você perceberá que tem um olhar um pouco diferente para as coisas corriqueiras da vida. Significa que você já se pegou observando as linhas arrojadas de um carro de luxo italiano e até mesmo as nervuras delicadas de uma folha de árvore.
O que estou sugerindo é que você tem o olhar do DESIGNER, o olhar do desenhista. Acho importante deixar claro que sou da opinião de que possuir este olhar se trata de algo que se pode APRENDER. Sim, eu acredito que é possível treinar o olhar para que ele encontre as formas harmônicas e interessantes para servir de referência em futuros desenhos. Quero com esta afirmação desmistificar a crença em que para fazer um bom trabalho como designer seja necessário um “dom especial” ou algo do tipo. Você pode adestrar seu olhar e mente para fazer um trabalho profissional.
Temos um vídeo que visita o assunto do "olhar", e como existem diferenças entre ver e enxergar.
Peço que você tenha um pouquinho de paciência pois o objetivo deste curso não é simplesmente oferecer uma "receita de bolo", mas oferecer o conhecimento do método criativo "por dentro", de modo que você também possa desenvolver seu próprio método criativo e buscar aperfeiçoamento sempre.
Finalizando esta introdução, outro ponto importante: aqui neste curso apresento minha opinião pessoal sobre o assunto. É apenas minha forma de vivenciar e processar o assunto em questão. Certamente muito há a ser aprendido e melhorado em minha forma de trabalhar e é justamente essa a beleza da coisa: a evolução não precisa parar. A busca por aprender novas formas de representação visual, de expressão artística ou não, essa busca é prazerosa. E longe de mim afirmar que aprendi tudo sozinho. Sim, boa parte da jornada é uma busca autodidata, mas sempre houve aqueles que me estenderam a mão e deram oportunidades incríveis.
Muito aprendizado veio de mentores diversos e muita pesquisa e leitura, afinal são mais de 20 anos desenhando produtos, solados, calçados a serviço da indústria coureiro calçadista em geral (e pelos últimos anos com a formação em Arquitetura vieram os projetos de espaços, casas, etc).
Destaco aqui minha gratidão ao grande mestre José Joaquim, uma lenda do design de produtos aqui da minha terra (Franca – SP). Quando eu era apenas um garoto gordinho que gostava de ler gibis e desenhar os personagens, o Jota me deu a oportunidade de acompanhar o dia-a-dia de seu estúdio de design e aprender diretamente com ele. Meus primeiros e decisivos passos na profissão foram apoiados por ele, inclusive mesmo depois de me formar arquiteto, sempre pude contar com seus insights e conselhos. Obrigado Jota: tu é foda.
Abordando rapidamente a questão das formas de calçados, existem formas plásticas , que basicamente são geradas a partir de uma matriz e que foi definida pelo estilista em suas características e a partir dela se escala os números maiores e menores. Importante salientar que muitas marcas possuem escalas de tamanho particulares, no sentido que se você comparar, por exemplo, um solado de número 40 de uma determinada marca, ele poderá ser 42 em outra e até mesmo 39 em uma terceira marca. Assim, é importante conhecer a escala de numeração de seu cliente para trabalhar seu design em cima do número base da coleção.
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